Há muitos anos, uma nova Cliente me procurou, tendo como principal queixa, dores insuportáveis no rosto.
Em paralelo, estava em tratamento médico, tendo realizado todos os exames solicitados e tomava regularmente os medicamentos, sem obter resultados satisfatórios.
Na Terapia Holística, onde o TODO é abordado, a questão da dor é tão somente mais uma a ser somada a todas as demais.
Após algumas sessões, que incluiam Auriculoterapia, Florais, Terapia Corporal e Psicoterapia Holística, a Cliente relatava várias situações que lhe traziam tristeza e raiva, porém, suas feições estampavam um lindo e enorme… SORRISO !
Da forma mais delicada possível, apontei a dissonância entre o que sentia e o que demonstrava fisicamente, momento que se traduziu em um “insight” significativo: desde criança ela desenvolveu o sorrir como meio de angariar amor, crescendo com a “obrigação” de ser a mais linda, a mais simpática, a mais feliz…
Este sorriso rendeu-lhe muitos benefícios, criando um apego tal a este recurso que ele simplesmente “congelou” em sua face, que deixou de expressar qualquer sentimento que considerasse menos atrativo à sociedade. O custo psicofísico em desconectar a face das emoções verdadeiras resultou, no caso desta pessoa, em DORES fortíssimas.
O caminho adotado para abordar a situação foi o corporal, com ênfase em desconstruir o sorriso “congelado”. O toque sequencial desbloqueou a musculatura e a catarse manifestou verdadeiras “explosões” de raiva, tristeza, medo, que passaram a “circular” de forma cada vez mais consciente e manifestas fisicamente, inclusive, na face.
Da mesma forma que o esforço em desconectar-se das emoções negadas causaram a dor física, a aceitação dos sentimentos ocultados e a abertura em os estampar nas suas expressões faciais, resultaram em alívio progressivo de toda a região corpórea.
Disponível publicamente na internet, o vídeo a seguir, onde atua o brilhante mímico Marceal Marceau, ilustra magnificamente o preço que se paga ao apegar-se a uma de nossas “máscaras”:
Na Psicoterapia junguiana, a porção inconsciente de nosso psiquismo é chamada de Sombra e seu par complementar é a Persona, que é a nossa máscara ou o papel social do indivíduo, isto é, o mediador que protege o sujeito em suas relações.
É saudável que utilizemos de várias “máscaras”, várias “personas” as quais evidenciam e/ou inibem certas características pessoais, de forma a que nos adaptemos aos vários papéis que desempenhamos na sociedade. E que sempre devemos observar que nosso “eu”, nosso “Self” é muito mais do que uma ou mesmo que a soma de nossas “personas”.
Identificar-se exclusivamente com uma de nossas “máscaras” é limitar nosso desenvolvimento e bloquear nossa auto-realização.
A Terapia Holística nos auxilia a (re)conhecer a vasta gama de “máscaras” que assumimos, a “pulsar” entre elas, de acordo com as necessidades e a compreender-nos como que é muito além do que os papéis que exercemos na sociedade.
Henrique Vieira Filho – Terapeuta Holístico – CRT 21001, é autor de diversos livros da profissão, ministra aulas na CEATH – Comunidade de Estudos Avançados em Terapia Holística.contato@sinte.com.br(11) 3171-1913
Henrique Vieira Filho é artista visual, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “Sociedade Das Artes” (SNIIC: SP-21915), diretor de arte, produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTB 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP) e terapeuta holístico (CRT 21001).