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Os Festejos de Fim de Ano e os Florais de Bach

Muitos dos componentes das ceias e enfeites tradicionais das cerimônias de ano novo são derivados de plantas, cujas flores originam as Essências Florais de Bach.

E, como tinha que ser, há muitas SINCRONICIDADES, ou seja coincidências especiais, entre as aplicações destes florais e o simbolismo que chegou até nossos dias.

Atis, o deus pinheiro

Assim, a tradição de enfeitar um pinheiro (por exemplo…) teve início há milhares de anos, nos ritos dedicados a Átis, esposo da deusa Deméter (Cibele), sendo que cortavam a árvore e a enrolavam como a um cadáver, representando a morte desta divindade grega-romana.

O dia seguinte era de luto e de jejum. Depois disso, passavam dos gritos de desespero para um júbilo delirante com banquetes fartos e alegria pela ressurreição de Átis, sendo então o pinheiro colocado em pé e enfeitado com ornamentos festivos…

Modernamente, essa mesma planta simboliza o período natalino, sendo usada nas comemorações do aniversário de Cristo, que segundo a tradição, foi aquele que assumiu todas as culpas, perdoou e ressuscitou.

Assim também atua a essência extraída da flor do pinheiro (Pine) que nos ajuda a superar nossas culpas, permitindo que renasçamos como uma pessoa melhor.

A Guirlanda do Amor

Outro enfeite típico dessa época do ano é a guirlanda, originalmente feita com visco e AZEVINHO, sendo que desta planta que se obtém o floral Holly.

Quem gosta de desenhos animados, certamente se recorda do clássico Tom e Jerry, onde em plena perseguição, o rato aponta para o Holly na guirlanda.

Imediatamente, Tom esquece a raiva e se vê compelido a beijá-lo, como manda a tradição americana.

Assim também o é com sua essência floral respectiva, que nos ajuda a abrandar os ânimos, despertando nosso lado mais afetuoso.

Nozes Nos Protegendo

Ainda que sem sentido para o clima tropical do dezembro brasileiro, por tradição, várias frutos europeus são partilhados nas ceias comemorativas deste mês, como por exemplo, a noz, de cuja mesma planta se extrai o floral Walnut.

De acordo com a “doutrina das assinaturas de Paracelso” (semelhante trata semelhante…), podemos extrapolar com a imaginação e interpretar este fruto como um “cérebro” protegido por um “capacete”.

A essência da flor da Nogueira justamente auxilia a quem dele bebe a centrar suas idéias, ficando protegido das influências e opiniões de outras pessoas.

Os mais diversos tipos de castanhas também compõem a farta mesa comemorativa, sendo que das flores de outras da mesma espécie, várias essências energéticas são extraídas.

Henrique Vieira Filho junto à nogueira (Walnut) do próprio Edward Bach, no Bach Centre
Henrique Vieira Filho junto à nogueira (Walnut) do próprio Edward Bach, no Bach Centre

Castanhas e suas tradições

A Castanheira-da-Índia nos fornece dois florais. De sua flor em botão, obtemos o Chestnut Bud, que nos ajuda a evitar de cometer os mesmos erros de sempre (atentem que é parte das “resoluções de fim-de-ano” as pessoas prometerem a si mesmas que farão as coisas de forma diferente, daquela data em diante…).

Na maturidade da flor é extraída a essência White Chestnut, que auxilia a dissipar os pensamentos persistentes, por sinal, muito comum nestes períodos, justamente por analisarmos tudo que fizemos ou deixamos de fazer durante o ano que finda.

E, temos também, a Castanheira Vermelha, do floral Red Chestnut, justamente para aqueles que se desgastam com excesso de zelo com seus entes queridos, característica acentuada nas costumeiras reuniões familiares típicas dos festejos.

Por último, o Sweet Chestnut, do Castanheiro Doce, que nos conforta nos momentos de maior desespero. Afinal, justamente enquanto muitos se alegram nestes períodos, outros tantos entram em profunda desarmonia, sentindo-se ainda mais sós, mais ansiosos e frustrados, ao refletirem sobre o ano em término.

A Estrela Que Anuncia

Na decoração das casas, é comum o uso de estrelas, o que nos remente ao floral Star-Of-Bethlehem (Estrela-de-Belém). Em todas as culturas, a estrela cadente simboliza o alerta de que algo importante está acontecendo e que grandes mudanças se iniciam, quer sejam tragédias, quer sejam salvações.

Na tradição cristã, o nascimento de Jesus é anunciado desta forma, bem como, centenas de anos antes desta história, diversos Budas. Temos, ainda, a estrela SaVaNaORaHa, que comunica o nascer do deus hindu do fogo, Agni, filho de mãe-virgem (muitos autores consideram sendo Maya sua progenitora), e de Twâstri, o carpinteiro, com o bebê acomodado entre a vaca mística e o jumento…

Esta essência igualmente auxilia a quem dela utiliza a iniciar uma nova fase, como a salvação anunciada perante traumas e tragédias acontecidas em nossas vidas.

Vinho: A Água Da Vida

Toda festividade de passagem inclui aguardentes, do qual o vinho, que é considerado a “água da vida”, o “sangue divino”, simbolismo este comum para quase todas as culturas conhecidas.

Nesta releitura do secular afresco da Casa dei Vettii, em Pompéia. o próprio Artista é retratado como Pentheus e sua mãe, em variadas idades, compõem as Bacantes a lhe desmembrar. Autobiografia psicanalítica, trata-se da transmutação alquímica solutio, em que os aspectos rígidos da personalidade são dissolvidos no inconsciente, para ampliação da consciência.
Title: Bacchantes Alchemists – Artist: Henrique Vieira Filho

Na psicanálise junguiana e na alquimia, equivale à transmutação pela solutio, onde se dissolve os aspectos rígidos da personalidade.

Assim o é, tanto com a essência floral Vine, como o era a embriaguês divina nos rituais dionisíacos, quanto também despertar o divino em si, bebendo o sangue de deus.

Cerca de 500 a.C., no principal templo da antiga religião do Mitraísmo (mesmo local onde hoje em dia está implantado o Vaticano…), havia rituais que simbolizavam a história em que o deus Mitra reparte o pão, a carne e o vinho, com seus doze discípulos, pouco antes de ser morto pelos pecados da humanidade e ressuscitar ao terceiro dia, redimindo a todos com seu perdão…

Quem conhece o conceito junguiano de Arquétipo, certamente não estranha o fato de que histórias semelhantes se repitam em várias culturas e religiões diferentes, separadas pelo tempo e espaço, pois, afinal, o inconsciente é coletivo e compartilhado por toda a humanidade.

Enfim, espero que após este breve artigo, cada um de nós aplique um olhar diferente aos rituais de fim-de-ano.

E, claro, bons Florais de Bach para todos!

Henrique Vieira Filho com as versões em inglês de seus livros sobre Terapia Floral no Bach Centre
Henrique Vieira Filho com as versões em inglês de seus livros sobre Terapia Floral no Bach Centre

Sobre o Autor

Henrique Vieira Filho é artista visual, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “Sociedade Das Artes” (SNIIC: SP-21915), diretor de arte, produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTB 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP) e terapeuta holístico (CRT 21001).

http://lattes.cnpq.br/2146716426132854

https://orcid.org/0000-0002-6719-2559